sábado, 15 de março de 2008

FESTA DO POVO

(Para São Macário Ohana Vangélis)

Mauá amanheceu engalanada,
praça 22 de Novembro totalmente lotada.
Pretos, muitos pretos,
pardos, brancos, chinas e outros:
os tambores, ganzás, cuícas e reco-recos
roncam e bolem com o sangue
de um negro beiçudo, cheio de cocorecos,
que começa a se saracotear:
Ziriguidum, ziriguidum, ziriguidum, ziriguidum!...
Fazendo miséria no tablado.

Outros negros
se desconjuntando
fazem gestos, caretas,
passos aparentemente desconexos,
como se tivessem recebido o Santo:
Ziriguidum , ziriguidum, ziriguidum, ziriguidum!...
O tempo fecha no tablado:
rabo de arraia, pernadas,
coice de mula - “Ouê Camará!...”
A praça ferve, delira e os negros
pensando-se n”África,
fazem que vão, mas não vão.
Muita ginga, malemolências,
jogo de corpo, um passo à frente, outro atrás,
e tome de rabo de arraia
e tome de Aú e outros mortais golpes,
capazes de colocar por terra um marruás.

Depois vem o JAZZ, o Swing,
o Bebop, o Blues e o Breaks,
armas negras com as quais,
assombraram o mundo,
pois o negro tem o swing na alma.

20 de Novembro:
dia da Consciência Negra,
convém que os instrumentos
ronquem, bufem e um berimbau maroto
lembre tempos dantanhos,
tempos de cativeiro,
porque “canto de negro é esperança”,
“canto de negro é poesia”,
para um País miscigenado,
onde o negro está em toda parte,
mostrando sua arte, sua literatura,
sua rica culinária,
e contribuindo com o seu quinhão
para o engrandecimento da nação.
Canto de negro é esperança,
canto de negro é o sol na alvorada,
como queria o poeta SOLANO TRINDADE.

Toca Filosófica, 20/ll/2004

Um comentário:

Anônimo disse...

ALERTA AOS LEITORES, AMIGOS E AFETOS DE:
ARISTIDES THEODORO
No triste, bizarro, patético e infeliz atentado de relacionar o Escritor e Poeta Aristides Teodoro (já com 13 obras editadas) e um ícone expoente em integridade e inteligência de singular caráter.
Bem como, cidadão, morador, conhecido e reconhecido em Mauá, onde reside e, das seis cidades que compõem o grande ABCDR e Rio Grande da Serra e da grande São Paulo, bem como, de muitos, que respiram a expectativa de lerem, relerem suas obras já escritas e de suas futuras.
Alguém que, com seus atos de vingança gratuita, merece os refletores apagados da vergonhosa treva, do verme canalhada da hipocrisia promíscua, do acento no banco dos réus do machismo, da manipulação ordinária e do preconceito intrínseco e flagrante em suas sorrateiras ações que a inveja e o ciúme o alimenta.
Esse ser que vive em razão de perseguir aquele que constrói e que vegeta á sobra da covardia, tenta – inutilmente – convencer, negligenciando a inteligência e capacidade de analise de muitos, que Aristides Theodoro jaz no campo da inverdade, falência financeira, como se o dinheiro alimentasse o âmago desse poeta de cinqüenta anos de produção de beleza emocional e literária.
Claro que não vamos aqui declinar o nome da já declinada criatura. Mas temos, como servidores voluntários que o somos, daquilo que chamamos de dignidade e simpáticos para com aquilo que emana da verdade. Advogar a favor da causa chamada e clamada por muitos de... Aristides Theodoro.
Até por que como já diz a máxima das máximas em relação à sociologia antropológica: Cada um fala, faz e dá aquilo que seu coração esta cheio.
Aristides Theodoro... É em nome de sua obra e de tudo que a mesma nos alimenta de esperança, graça, prazer, ensinamento e aprendizado que lhe pedimos. Perdoe esse infeliz que não consegue viver sem aceitar teu merecido sucesso.
Cecél Garcia
21/07/12