sábado, 15 de março de 2008

AS TRAGÉDIAS NÃO ME AMEDRONTAM


Ilustração INISTA de Neli Maria Vieira

" Deixa rugir o caos "

Mário Quintana


As tragédias mais terríveis
não me amedrontam:
gosto de “viver perigosamente”
como o viandante
escalador de montanhas,
a fim de testar
as minhas próprias forças.

Ninguém, ninguém, ninguém mesmo
poderá fazer-me mal;
tenho o corpo e a alma calafetados
com o visgo esverdinhado do Inferno
e como o recheio de um sanduíche
fico sempre espremido
entre duas forças descomunais:
DEUS & o DIABO, o velho Cramulhão,
com seu tridente infernal,
e Deus Nosso Senhor Jesus Cristo,
com sua voz efeminada.
Então, pergunto eu:
se Deus & o DIABO andam comigo ,
quem ousará ser contra mim?...

Guiado por DEUS & o DIABO,
sigo a minha vida.
Protegido dos imbecis, das tempestades,
das tragédias, dos vendavais, dos abismos.
Meus amigos, por favor, não me apontem caminhos,
não me apontem super-homens
barbadinhos, zangadinhos, temperamentais,
donos de todas as verdades do mundo;
sei errar sozinho, pular abismos,
trevas e precipícios,
sem que ninguém me dirija suas piedosas palavras.

Toca Filosófica, 3/4/2006

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