terça-feira, 18 de março de 2008

SOMOS TODOS HIPÓCRITAS, HIPÓCRITAS, IRREMEDIAVELMENTE HIPÓCRITAS, SIM SENHOR!...

"Em cada homem, grande ou pequeno, há uma mistura de fogo e esterco"
Dante Alighieri


Quantas vezes
eu e o resto da raça humana
não temos sido hipócritas,
sim, hipócritas por vocação,
hipócritas por covardia,
hipócritas por conveniência,
porém todos, indiscriminadamente,
astronômicamente hipócritas.

Hipócritas a ponto de chorarmos
lágrimas de crocodilo
diante de uma imagem do senhor morto
ou diante de um relato piedoso
mostrando a vida de um grande homem,
vilipendiado pela nossa covardia:
Dante, Camões, Cervantes, Tobias Barreto, Georg Friedrich Händel, ("Aleluia! Aleluia! Aleluia! E Ele reinará para sempre!...")

Dostoievski, Nietzsche, o caluniado Nietzsche,
ou mesmo, mais recentemente, o amargurado Fernando Pessoa.
Uns, no seu tempo, apedrejados, maculados,
outros tidos como dementes, bêbados.vilões, caloteiros.

Villon , Verlaine, Rimbaud, Baudelaire, Guinsberg, onde andarão vocês?...
E hoje, após todos eles tombados na morte,
despejamos as nossas lágrimas corrosivas
e palavras de falsa piedade nos seus túmulos.

Será que Edgar Allan Poe tornou-se abstêmio?...
Oscar Wilde abandonou a pederastia?...
Quando deveríamos seria vestir as ultrajantes túnicas
daqueles que os pregaram uma vez na cruz. Humilhante cruz.
Alguns mandamos para o exílio, onde comeram o pão do desprezo.
Houve um, que, epilepticamente, tinha violentas convulsões nevróticas, nos sujos cárceres siberianos.
Nietzsche foi violentamente desprezado pelos seus: Mãe e irmã num hospital para loucos.
"A loira russa", Lou Andréas-Salomé, riu-se, à bandeira despregada, da sua dor, da sua megalomania
e ainda tem aqueles que sermoneiam com voz macia
e apontam o dedão acusador, coberto de anéis,
contra os carrascos e fariseus do passado.
Ora, ora santo dio, os fariseus, os hipócritas, os carrascos
somos todos nós, quando apontamos o dedão rombudo, acusador,
contra o nosso irmão ao lado, às vezes, unicamente por ver as coisas diferente da nossa ótica.
Portanto, um modo moderno, civilizado,
que praticamos com um sorriso afivelado
a fim de melhor pregarmos no lenho imundo
O cristo plebeu que dizemos amar
E que com passos tardos, andrajoso,
geme, cambaleia, é chicoteado e morre ao nosso lado
sem que nos dignemos a mover uma única palha por ele.
Então, repito: Somos todos, indiscriminadamente,
Na acepção máxime da palavra, hipócritas, hipócritas, contumazes hipócritas.
Sim, senhor!... Quem puder que diga o contrário
ou então atire a primeira pedra.

Toca Filosófica, 19/6/2007

4 comentários:

bete p.silva disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Flávio Mello disse...

Olá... sauves e mais sauves... a essa figura de nossa literatura... abraço meu querido amigo e mestre Aristides...

Flávio Mello

Anônimo disse...

ALERTA AOS LEITORES, AMIGOS E AFETOS DE:
ARISTIDES THEODORO
No triste, bizarro, patético e infeliz atentado de relacionar o Escritor e Poeta Aristides Teodoro (já com 13 obras editadas) e um ícone expoente em integridade e inteligência de singular caráter.
Bem como, cidadão, morador, conhecido e reconhecido em Mauá, onde reside e, das seis cidades que compõem o grande ABCDR e Rio Grande da Serra e da grande São Paulo, bem como, de muitos, que respiram a expectativa de lerem, relerem suas obras já escritas e de suas futuras.
Alguém que, com seus atos de vingança gratuita, merece os refletores apagados da vergonhosa treva, do verme canalhada da hipocrisia promíscua, do acento no banco dos réus do machismo, da manipulação ordinária e do preconceito intrínseco e flagrante em suas sorrateiras ações que a inveja e o ciúme o alimenta.
Esse ser que vive em razão de perseguir aquele que constrói e que vegeta á sobra da covardia, tenta – inutilmente – convencer, negligenciando a inteligência e capacidade de analise de muitos, que Aristides Theodoro jaz no campo da inverdade, falência financeira, como se o dinheiro alimentasse o âmago desse poeta de cinqüenta anos de produção de beleza emocional e literária.
Claro que não vamos aqui declinar o nome da já declinada criatura. Mas temos, como servidores voluntários que o somos, daquilo que chamamos de dignidade e simpáticos para com aquilo que emana da verdade. Advogar a favor da causa chamada e clamada por muitos de... Aristides Theodoro.
Até por que como já diz a máxima das máximas em relação à sociologia antropológica: Cada um fala, faz e dá aquilo que seu coração esta cheio.
Aristides Theodoro... É em nome de sua obra e de tudo que a mesma nos alimenta de esperança, graça, prazer, ensinamento e aprendizado que lhe pedimos. Perdoe esse infeliz que não consegue viver sem aceitar teu merecido sucesso.
Cecél Garcia
21/07/12

Cecél Garcia disse...

GRANA & SALLES SALVE-NOS.

Faço parte de um grupo de: escritores, poetas, contistas e outros plantadores de sementes do belo. E nos reunimos todas as segundas terças de cada mês, para: apresentar nossas criações, trocarmos, formarmos e nos informarmos sobre o que nos envolve que é o ato, compulsivo, do escrever.
E nesse espaço, plural, reunimos pessoas sem distinção de: credo, raça, opção social, política e sexual, assim como idade e regionalidade.
Porém, estamos já na UTI do descaso e do semi-abandono, por parte dessa gestão da Pasta da Cultura atual, e, isso não de hoje.
A biblioteca Nair Lacerda, esta jogada as traças, instalações e reparos, na mesma, só foram conseguidos graças a nossa intervenção junto ao nosso Diário do Grande Abc que publicou nossa angustia.
Falta ainda, uma oxigenação em todos os setores da mesma: banheiros, lavatórios, bebedouros e outros desleixos. Faltam até jornais que são, como nosso Diário, formadores e informadores de opinião.
E já estamos procurando outro espaço, isso para podermos sobreviver, pois nesse grupo contamos com escritores com mais de 30 obras já editadas. Nesse grupo temos uma das únicas representantes dos Cordéis das Sete Cidades Iracema M. Régis.
E além de outros, temos – ainda – Aristides Theodoro conhecido e sofrendo o mesmo infortúnio.
Precisamos de quem - com uma boia salva-vidas do reconhecimento digno da legitimidade – nos salve !!!

Cecél Garcia